A íntima relação do cinema com o  cotidiano dos moradores de Caetité possibilitou a construção de uma memória da cinematografia em uma pequena cidade sertaneja no interior da Bahia, revelando como as exibições cinematográficas aqui realizadas se tornaram momentos de socialização e expressão cultural de grande relevância.

O cinema figurou no nosso meio não apenas como diversão, mas como um equipamento que junto ao teatro, a música e a escola completavam a instrução e formação intelectual do ser humano. O cinema “não é luxo é necessidade!”, estampava manchetes dos jornais da época. 

A exposição "Um Cine chamado Vitória" oferece um recorte significativo da experiência cinematográfica no alto sertão da Bahia. Através de relatos orais de moradores que vivenciaram momentos marcantes do cinema, fragmentos de jornais e objetos da época, a mostra evoca um tempo repleto de sentimentos, afetos, reconhecimento e nostalgia. Assim, revela a dimensão simbólica das experiências guardadas na memória de gerações que compartilharam o amor pela sétima arte.

Todo esse percurso sobre o cinema em Caetité é contado a partir da reconstituição da história do Cine Vitória que funcionou por três décadas aqui na cidade e, durante um período significativo de sua existência, esteve sob o comando de Maria Pinho de Castro. Figura marcante na história do cinema em Caetité, ela é um testemunho poderoso de resiliência, paixão e dedicação à cultura. O seu legado e o do seu cinema, reconstituídos aqui nesta mostra, é um convite a rememorar a experiência cinematográfica dos anos 40/50/60, época áurea do cinema em nossa cidade, e vivenciar uma experiência concreta, sensorial, visual e auditiva é reviver   a Caetité pulsante saída dos anos dourados da década de 50.